terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Peões e Reis


 Jogando xadrez vector




         Como no xadrez as peças políticas começam a tomar posições, mesmo antes de o jogo começar para valer. No xadrez, como sabemos (leia o livro L'analyse des échecs de François André Danican Philidor), é importante discutir em detalhes a estratégia como um todo e a importância da estrutura de peões no jogo como fator posicional.

Em Queimadas, a divisão do grupo político do atual alcaide que, como costuma dizer o jornalista Mino Carta já é do conhecimento até do mundo mineral, antecipa a Copa Mundial de Xadrez. Mas, pergunta-se: quem são os primeiros peões a se posicionarem antecipadamente dentro da estratégia do jogo político antes mesmo do final segundo ano da atual administração? Não custa alertar aos neófitos tanto em política quanto em xadrez, como também aos que se julgam preparados e, em especial, aos jogadores afoitos que a previsibilidade é fator essencial para quem almeja a vitória.

No tabuleiro, o jogador tem que prever a jogada de seu oponente e as próprias jogadas com algumas rodadas de antecedência. Na política, a prepotência, a arrogância e a falta de estratégia para o bom jogo faz a diferença entre o bom e o mau político (como nos ensina Sérgio Boechat em artigo (O xadrez da política) publicado no Portal Administradores, em 21 de abril de 2005).

De acordo com Boechat  “o jogo de xadrez exige inteligência e o mesmo ocorre na política, onde os menos inteligentes não se destacam e por isso não passam de meros figurantes”. E alerta para a existência de muitos figurantes no jogo político lembrando que no xadrez as jogadas têm que ser feitas dentro do tempo estabelecido. E sentencia: “Na política, também existe um “timing” e quem não o conhece ou não o respeita, ganha o estigma de perdedor”.

No momento, alguns jogadores queimadense olham o tabuleiro e veem um rei morto. Isso, antes mesmo de avançar as peças ou mesmo conquistar espaço, ou seja, de enfraquecer os adversários. Desconhecem o jogo e não percebem que na política como no xadrez o jogo é de estratégia. Se seguirem as regras estabelecidas, como a de que existe certo número de peças, que cada uma se movimenta de forma diferente e tem seu próprio movimento, os jogadores já em campo poderão obter resultados, ou seja, derrotar o adversário (o “rei”).

O grande problema de alguns dos nossos políticos/jogadores (já movimentando as peças) é a ausência da estratégia (como um todo) e da estrutura de posicionamento dos “peões”. Eles desprezam as regras, colocam peças em excesso e, o pior, elas se movimentam em todas as direções sem estratégia e objetivos.

Se quiserem atingir seu objetivo, no caso de Queimadas enterrarem um rei morto, estes estrategistas devem ler, e com urgência, o artigo de Sergio Boechat. Diz ele: “há peões que querem se movimentar como torre, bispo, cavalo, dama e até fazem pose de “rei”. Ao primeiro movimento, aparentemente bem sucedido, se empolgam e se consideram os “reis” do tabuleiro político.

         Trocando em miúdos, nossos jogadores desconhecem porque lhes falta estratégia, qual o próximo movimento do seu adversário. Que o atual alcaide vive seu pior momento político, ninguém desconhece. Mas acreditar que o “rei” está morto é promover o “peão” antes que ele alcance a última fila do tabuleiro “e assim mesmo respeitando o “rei” ou o líder maior, que ele jamais poderá ser”.

Boechat chama a atenção também sobre o início do jogo. Na política, como no xadrez, as peças brancas sempre iniciam o jogo. “O problema é que as peças “pretas” da política “esquecem” as normas e querem iniciar a partida”.

Para ele, as peças “pretas” são os jogadores despreparados, sem inteligência política, sem capacidade de previsão de jogadas, sem conhecimento das regras do jogo. “Em síntese, são “peões” pretos que arrogantemente se arvoram em líderes políticos e se esquecendo da limitação dos seus movimentos, tentam, sem sucesso, dar um cheque mate no “rei”. Chegaram à última fila do tabuleiro, foram trocados por outra peça mais importante, mas não chegarão a ser “rei”, porque esta é também a lei do xadrez da política”.


As peças estão sendo mexidas em todos os quadrantes da política Queimadense. Há jogadores/políticos competentes que têm objetivos e traçam estratégias (de longo prazo) dentro das normas, ou seja, movimentam as peças já sabendo o movimento do adversário e o seu próximo. Mas há aqueles “peões pretos” que iniciam o jogo sem calcular ou por ignorância, despreparo e incompetência, aonde chegarão. Com certeza não à derrubada do “rei”.

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