terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por um 2015 melhor






Não confiem nas palavras, no sorriso e muito menos nos recuos ou derrotas impostos pela sociedade queimadense ao atual alcaide. O golpe, dessa vez ampliado, está sendo urdido com a mesma destreza que caracteriza este desgoverno nos porões da "Casa de Mainha". É lá que se tramam os malfeitos de uma organização encastelada no poder disposta a tudo para dilapidar o patrimônio público em negócios, no mínimo, diga-se, suspeitos.

Que a sociedade queimadense esteja alerta neste 2015: o Prefeito Tarcísio Pedreira não desistiu da venda do Mercado Municipal e nem esqueceu (como poderia?) do crédito (lembram?) de R$ 15 milhões que ele tentou vender ao Banco Safra (denúncia feita por este blog) que obrigou o prefeito a desistir, naquele momento, da empreitada criminosa.



         Leitores cobram uma retrospectiva (balanço) da atual administração. Acredito ser mais adequado um outro tipo de análise. A de que o atual governo chega à metade de seu mandato (dois anos) e pouco, muito pouco tem a comemorar. Mas a população tem muito a chorar. O mais grave: aprofundou-se a crise econômico financeira, ou seja, o fosso cresceu e nos quatro cantos do município é fácil perceber os vazamentos e os odores característicos. O cenário é desolador.
      
       Não sem razão as tentativas, ambas frustradas (por enquanto), da venda de ativos do município para fazer caixa não se sabe para que, ou para quem. Mas o desastre administrativo que se vê refletido na própria sede do município, retrato hoje do caos dessa gestão é incomparavelmente menor do que a tragédia política que se abateu sobre o atual alcaide nesses dois anos.

       Desculpem-me os bovinos, mas a situação política do atual prefeito de Queimadas remete-me à lembranças de um passado que todos, pelo menos os mais velhos, gostariam de esquecer. Refiro-me à forma como os bois e vacas eram abatidos no antigo matadouro. Depois de puxados por uma corda até um tronco com cerca de meio metro de altura (para que sua cabeça ficasse abaixada e reclinada) enfiavam-lhe um punhal no "cabelo louro", aquele ponto entre o final o pescoço e a cabeça decretando-lhes seu final que se concretizava com uma outra facada, esta na carótida.

       Este é o retrato do atual alcaide. Agachado, com a cabeça reclinada e ao seu redor dezenas de punhais à espera de uma oportunidade para furá-lo e sangrá-lo. Isso, porquê aquele cavaleiro de mão branca montado num alazão que saiu ungido das eleições há muito perdeu seus arreios - sela, cabeçada, estribos, embocaduras, bridão e, sobretudo, esporas, freios e sela. Sobrou-lhe o chicote empunhado pela "guerreira enlouquecida" a sangrar as costas dos poucos aliados sobreviventes.

       Difícil selecionar, sobretudo valorizar, qual cenário foi mais desastroso. Como vocês devem estar lembrados sua primeira e espetacular derrota deu-se com a eleição do vereador Lázaro José para a presidência da Câmara Municipal e a derrocada do já "eleito", vereador Renato Varjão bem antes de o prefeito eleito assumir o mandato. A partir desse momento dá-se início ao seu calvário político, marcado por derrotas eleitorais e pessoais espetaculares, traições, deserções e mal sucedidas composições, ou arranjos entre seus apoiadores.

       Para não dizerem que sou intransigente o alcaide obteve uma vitória: a permanência no cargo após vencer a batalha pela impugnação na Justiça Eleitoral. Três meses após tomar posse e todos perceberem que o comando político/administrativo do município estava em mãos de "Mainha", a detentora do "chicote", dá-se a primeira derrota: a exoneração, por suspeita de corrupção (nunca comprovada) da titular da secretaria de Ação Social, Advan Sobrinho.

       Nem bem os cortes profundos provocados pelas chicotadas cicatrizaram explode a crise política de maior envergadura. E mais uma vez, ali estava a mão segurando o "chicote". Só que nessa oportunidade "Mainha" não estava só. Outras mãos davam apoio para que o "corte" não apenas sangrasse, mas alijasse do poder o homem forte encastelado na estrutura da prefeitura: o secretário de Finanças, Roberto Salgado.
      
       A saber o Líder do Governo na Câmara, vereador Renato Varjão, o secretário de Educação Leonir Floriani e o  neófito em política André Cayres filho dos ex-prefeitos, Edvaldo e Heyde Cayres. Depois de demitido por meio de recado, foi readmitido após uma conversa "franca" à vista de uns poucos privilegiados. Alguns anéis (de ambos os lados) foram perdidos, mas os dedos mantidos.

       Em seguida, vem a exoneração da nova secretária de Ação Social, Fabiana Ribeiro, mais uma vez por motivos alheios à sua compreensão, mas que provocou alívio em setores reacionários do poder e, sobretudo, em "Mainha" e sua fiel escudeira, a até então toda poderosa, Renata Pedreira, irmã do prefeito, hoje, também defenestrada por este poder oculto que a tudo vê, a tudo escuta e age com uma virulência nunca vista.

       Vamos passar por cima das trapalhadas administrativas do prefeito; do "puxão de orelha" público (em sessão na Câmara de Vereadores) que levou do prefeito de Serrinha, Osny Araújo; da crítica geral pela escolha de um secretariado inepto e pela paralisia total da administração pública, além é claro, do "chororô" e pedidos de clemência, quase diário, nas emissoras de rádio tentando justificar o fracasso de seu governo.

       Pouco adiantou. Ele veio e chegou com um estrondo ensurdecedor: a sua derrota e de todo seu grupo nas eleições de outubro do ano passado. Sua primeira derrocada veio com a traição ao governador Jacques Wagner, quando, de público, deu apoio ao derrotado Paulo Souto. Não satisfeito, "liberou" seu grupo para que apoiasse quem quisesse, exceção para a campanha à Câmara Federal em que todos deveriam apoiar Ronaldo Carleto (o homem do helicóptero).

       Num discurso vazio e dúbio dizia apoiar a reeleição da presidente Dilma, enquanto por "debaixo dos panos" jogava o peso da máquina pública em apoio a Aécio Neves. Os números não mentem. Perdeu a eleição para o Governo da Bahia (Ruy Costa abocanhou 6.465 votos, ou 54,25% dos votos válidos levando a eleição no primeiro turno) e Dilma 9.359 dos 13.822 eleitores que compareceram às urnas, ou 74,40% dos votos válidos.

       Mas a sua derrota mais espetacular ocorreu nas eleições proporcionais. Para a Câmara Federal, o candidato do governo Tarcísio, Ronaldo  Carleto perdeu as eleições para Moema Gramacho a candidata apoiada por Dr. André, Ricardo e Cloudes por uma diferença de 732 votos (2.988 à 2.256). Isso, levando-se em conta apenas esses dois candidatos.

       Se somarmos os votos obtidos por candidatos de oposição como João Gualberto (655 votos); Severiano Alves, (602); Lúcio Vieira Lima (573) e Pellegrino (211 votos), para ficarmos apenas nos mais votados, por exemplo, a surra levada pelo prefeito foi vergonhosa: 2.773 votos de diferença.

            A derrota o acompanhou, também, na eleição para a Assembleia Legislativa. Seu candidato,  o democrata Sandro Régis obteve pouco mais de 1.900 (1.927) votos enquanto sete dos seus adversários diretos mais votados, somados, lograram um total de 6.148. Pela ordem, o candidato do Dr. André, Angelo Almeida com 1.449 votos; o candidato apoiado por Ricardo e Cloudes, Alex Lopes, com 1.250; o candidato de Edvaldo Cayres, Anderson Muniz, com 1.398; o apoiado pelo ex-prefeito, José Mauro, com 749 votos, além de Luciano Simões Filho , hoje inimigo número um de Tarcísio, com 708; Cecília Petrini, com 622 e Joseildo Ramos, com 594.

       Para fechar com chave de ouro as trapalhadas e derrotas do alcaide Tarcísio Pedreira adveio o caso da venda do Mercado Municipal sem que a população fosse convidada a discutir a perda de um dos últimos patrimônios público. E mais grave: o Projeto de Lei (não aprovado devido a reação da comunidade queimadense) não explicitava adequadamente e de forma clara os motivos da venda e em que seriam aplicados os recursos (diz-se R$ 1.2 milhão. Razão para todos desconfiem de que este dinheiro poderia ter outros destinos, menos a reforma da Praça da Feira.

       Desgastado, criticado por todos os setores, inclusive, dentro da própria base aliada, o prefeito envergonhado e vergado pelas forças sociais contrárias à dilapidação do patrimônio público, recuou. Mas que a mobilização da sociedade se mantenha acesa. Ele não desistiu. Muito pelo contrário.

       Agora ele conta com um poderoso aliado: o novo presidente da Casa, Vereador Renato Varjão, ex-Líder do Governo na casa. O momento é  o de cobrar um posicionamento do novo presidente. Se a sociedade recolher-se, vão-se o Mercado Municipal e o crédito de R$ 15 milhões que a prefeitura detém junto ao Governo Federal. Vão desaparecer na poeira que encobre a ação deste governo desastroso.


       Que 2015 ilumine as mentes sãs que com certeza ainda existem em nossa sociedade e, em especial, que o novo ano materialize preceitos como a ética, a transparência e a honestidade no dia a dia dos 11 vereadores que compõem a egrégia Câmara. Porque a aprovação de projetos dessa natureza é o corolário, no caso, a prova de que realmente chegamos ao fim do poço.

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